Uma dica (isso ajuda a compreender):
Os pufes fazem 4as justas paralelas, é fácil e naquela parte a 3 vozes saímos de uma tríade (acorde l - lll - V) de RÉ M (lembram disso?) cuja tônica é a primeira nota que o velhote canta no compasso (antes a música estava em SI M e agora modulou para DÓ M) aconteceu uma modulação cromática, meio tom acima.
Então, olha só:
a 3a voz pega o RÉ que o velhote canta, a 2a voz 3aM acima e a 1a voz a 5a (que é a mais fácil)
Como chegar nisso?
depois do 4 e 2 - 4 e 2 - 4 e 2 (onde 2as e 3as vozes permanecem nos dois últimos compassos em ré dó# ré:
a 3a voz pega o mesmo ré e sai dele (8a abaixo)
a 2a voz pega 6a m abaixo (complicado) que invertida é a 3a M do acorde!
Viu? teoria serve pra fazer a gente analisar e compreender o que toca e canta. E depois que a gente entendeu fica mais fácil.
Uma curiosidade: nessa parte parece que a gente foi pra DÓ M, né? mas reparem que tem tanto # e b (o trecho fica cromático, sobe de meio em meio tom) que o Ravel nem indicou armadura de clave; colocou acidentes ocorrentes.
E esse crescendo que o coro faz em cima desses cromatismos cria uma impressão de desespero, né?
E é o que acontece na cena com o menino.
Lembram que esse período em que Ravel viveu chamamos de Impressionismo? na pintura e na música os artistas usavam as cores e os sons (na harmonia de seus elementos) de um jeito que criavam em quem via ou ouvia, sensações, impressões. Dá até pra entender a intenção do compositor, mesmo sem conhecer a história!
obs: vcs se lembram das 2as m? o que elas causam na gente? são justamente elas que Ravel usa aqui pra descrever o que o menino sente! (e nós também...)
ai, ai... aula de teoria em plena 4a feira de manhã...
Beijos!!!
Alcione
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